Ó Vida
Lástimas saem da minha boca a toda hora.
Reclamações estridentes, urros de descontentamento e falta de consolo.
Como posso viver sem lastimar-me,
Sem reclamar da minha boa vida, na qual não sofro de dor alguma?
Mas como é possível isso?
Dói dentro de mim. Uma dor que não existe cura, seja com drogas ou ervas o seu tratamento.
Escrevo essas mal escritas linhas não sei por quê.
Queria saber também porque todo poeta escreve seus melhores versos quando está com depressão ou alguma coisa lhe machucando?
Sei que algo me machuca há algum tempo, queria poder arrancar isso de mim.
Algum dia isso deve sair.
Algum dia!!!
Magoa-me a vida. Porque sou às vezes egoísta,
Às vezes prestativo às vezes desinteressado.
Às vezes machuco quem mais gosto e não revido quem me atira pedra e coloca no meu caminho espinhos.
Sei que você sempre me desejou tudo de bom, sei que me amas muito, mas meu ser é assim Egoisticamente incorreto sem qualquer responsabilidade, mas muito responsável.
Sem coragem, mas muito corajoso.
Sou assim cheio de mais ou menos.
Mas te amo muito e peço-te, por favor, me ajude a acabar com essa dor que é magoar você e a todos que me querem bem.
Por favor, Vida me ensina a viver.
Dezembro de 1998.