HENRIQUE, O BALADEIRO
Henrique estava mais uma madrugada a vagar. Procurando alguma festa, um bar, mulheres, bebida ou algo que o fizesse esquecer a dor no peito. Tentar se distrair, deixar a dor de lado um pouco. Nunca se sabe. Amores acabam a toda hora, casamentos terminam. Mas Henrique não imaginava que sua namorada iria embora. Ela escolheu a carreira, deu prioridade. Ele ficou na saudade e nas lembranças de outrora. Depois de um tempo anestesiado, resistia nos finais de semana, bebendo, de balada em balada, sem conseguir prestar atenção direito em nenhuma mulher, sempre lembrando dela. Sexo conseguia as vezes, como distração ou pra matar o desejo. E depois, se pegava pensando nela. Todo mundo enxergava um cara de bem com a vida, baladeiro, jovem, bonito. Mas de perto, um rapaz vazio, sendo consumido pela insônia e pela saudade. E assim seguia Henrique, com seu estilo de vida hedonista como escudo. Mas por dentro da carcaça não passava de um pobre garoto que não conseguia superar a perda daquela a quem julgava ser o amor de sua vida.