Meu lamento
Meu subconsciente está cheio de fumaça.
Uso máscaras, sou diferente a cada pessoa.
Minha estória real não passa de uma farsa.
Sorrisos artificiais sugerem que estou de boa.
Me sinto mero espectador no teatro da vida,
Desapontado em ver tantos atos reprisados.
Não me vejo nessa figura no espelho refletida.
Falhas atuais são as mesmas de tempos passados.
Meus versos desbotaram, estão todos pálidos.
Entre dias sem brilho e noites acinzentadas
Sinto o peso da culpa e sentimentos inválidos,
Minha imaginação e liberdade acorrentadas.
É mais forte no passar das horas minha fraqueza.
Sem remorso das consequências me esquivo.
Mas não posso aceitar essa nova e impura natureza.
Confuso, me pergunto se é para isso que vivo.
Quantos últimos erros tenho que cometer?
Quantos momentos singulares vou perder?
Quantas pessoas meu egoísmo vai magoar?
Por quanto tempo ela ainda vai me amar?