DAS RAÍZES FERIDAS

                 REPUBLICAÇÃO - Escrita de Janeiro de 2013


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     Ramos da mesma árvore, feridos desde a raiz... O vento feroz os devastou a eles, ramos. Preciso, não sei como, transportar-me até você, recapturá-lo em mim, tentar, não sei ainda como, ser-me um pouco você, na sua própria Solidão de mesma raiz, de mesma dolorosa raiz, da mesma terrível divisão original. Não sei se você pretende realizar o mesmo abissal processo interior, não o sei. Essa é sua escolha, exclusiva. Exclusiva escolha sua.
    Neste momento, a única coisa que consigo realmente me dizer é que preciso realizar esse trabalho interior de redenção de você em mim, de redenção de mim em mim, antes de partir para Outro Plano, que nem tenho efetiva certeza de que realmente exista. Quando chegar minha hora de partir – que espero ainda demore o necessário - pretendo partir sem essa terrível fissura na alma, sem essa ferida que me amputou da lembrança os poucos tesouros da minha infância, da minha adolescência, da minha primeira mocidade: minhas e suas infância, adolescência, primeira mocidade, também.  Espero que esta Necessidade exista, como em mim, em você. ESpero, MESMO.