DAS POSSES
       REPUBLICAÇÃO - ESCRITA DE 11 DE JUNHO DE 2010


 
     Ninguém me pertence e não pertenço a ninguém. Nenhum lugar me pertence e não pertenço a lugar nenhum, tanto quanto não me pertenço a mim.
        Difícil ser-se tão estrangeiro... alguns dirão, tão mendigo. No mundo, importa ter: ter a certeza de se pertencer a algum lugar; ter a certeza de se pertencer a alguém ou a algum grupo; ter a certeza de saber-se pertencido a, pertencido por; ter a certeza de saber-se pertence de si mesmo.
        Não sei como sentir-me parte efetiva das relações de posse através das quais se fazem, se desfazem, se refazem as estruturas que sustentam a segurança (ou a ilusão de segurança) das pessoas neste mundo.


Texto original de 11 de junho de 2010.