Nem otimista e muito menos pessimista
No que me é possível racionalizar, ou no que me é possível pensar de forma crítica, não tendo a ser otimista nem pessimista, tendo a ser realista, não somente porque o queira, mas por uma característica inata minha. Naquilo em que não possuo suficientes e confiáveis informações para criticamente avaliar, tendo a ser pessimista quando o foco, o alvo, ou o resultado, diretamente ou indiretamente me envolvam, e otimista quando envolvam os outros.
Se não tenho como efetuar uma análise crítica sobre os fatos conforme se me apresentam, ou mesmo quando estes fatos carecem de informações confiáveis, e sendo eu parte do escopo do resultado ou dos efeitos, busco ser pessimista por uma questão de preferir a desesperança que não me leva ao sofrimento quando não atingida, do que a uma esperança que pode me fazer sofrer pelo não alcance. Entendamos bem este pessimismo não como uma inação, abandono, medo, fraqueza, ou resignação primária, onde eu pudesse não imprimir o empenho e a dedicação necessários, mas sim, apenas como um ato de preparar meu espírito para algo que deseje e que possa, por incontáveis razões, não conseguir. Que fique claro que se realmente desejo e quero, empenharei meu melhor em realizá-lo, entretanto sem aquela esperança prévia de alcançar. Meu esforço é assim livre de esperança, todavia não menos verdadeiro ou despreparado.
Nem otimista, nem pessimista, apenas tento ser realista. Ser realista não é ser nem otimista e nem pessimista. Neste assunto (e talvez em muitos outros também) difiro do Ariano Suassuna que se diz nem otimista e nem pessimista, mas um realista esperançoso, eu sou, ou tento ser, um realista “desesperançoso”.