APENAS necessária



 
     APENAS necessária, necessariamente útil, para alguns seres neste mundo. Nada para aquém, nada para além disso (falo sempre do chamado mundo imediatamente real) - dessa afirmação excluo algumas poucas amigas que se importam comigo, de verdade e muito, independente de fazê-lo por meio de ações objetivas que para mim são coisas relativas, muito relativas. 
     Admito que tal fato me entristece a seu tanto, mas, tristeza que liberta: Os tempos de todas as ilusões quanto à importância que eu possa ter tido ou ter ainda, se desvaneceram... a quase totalidade há muito, muito tempo, mesmo.
     O importante é que tudo o que fiz e faço na vida, por livre escolha, pelos seres que me importam, eu o faria novamente, que isso faz parte do meu ser, da minha natureza. A recíproca seria apenas consequência, mas, isso cabe somente ao livre-arbítrio, à escolha de cada um, para uma palavra de apreço, para algum pequeno gesto de apreço por minha vida, pelo ser que sou... Tenho, na família, uma pessoa mestra nestas palavras e gestos: minha prima Márcia. Sempre a cito como exemplo de afeições que recebo, efetivamente. 
     De tudo, o que realmente importa, o que deve e precisa importar acima de tristezas e de sensações de perda é a certeza de se permanecer fiel a si mesmo, aos próprios princípios. Isso nos preserva da Solidão Absoluta que, cada qual tendo a si próprio, um pouco que seja,  é possível garantir-se alguma salvação existencial (para além das muito fundas carências) em nossos dias sobre a face desta Terra.