Pensamento tirado do livro Mansão do Penhasco de Camila de Almeida
O ar que o sótão tem é tão aconchegante, às vezes sinto como se morasse aqui há séculos, ele me transfere para um lugar dentro de mim que ainda não conheço muito bem, é como se eu chegasse até a porta, mas não conseguisse entrar, em alguns momentos até consigo sentir que não estou aqui, sinto-me em algum lugar acima das nuvens, por isso mudei meu quarto para cá, para ficar ainda mais perto de mim mesma. Para aprender a conviver com os outros, primeiro temos que aprender a conviver com nós mesmos, precisamos nos conhecer muito bem, nossos pontos fracos e fortes, temos que tentar descobrir a razão de nossas ações em tudo. Existem pessoas que gostam de falar o tempo todo, essas pessoas se sentem sozinhas. Pessoas que não falam praticamente nada ou que mentem podem ter medo de serem avaliadas, criticadas, julgadas e condenadas. Pessoas que gritam facilmente, provavelmente não foram escutadas quando necessitavam expressar algum sentimento. A grande maioria das causas dessas “deficiências” está na infância dessas pessoas. O que elas precisam aprender é a querer enxergar os momentos que lhes foram tristes e traumatizantes no decorrer dos tempos, pois só resolvemos os problemas quando os assumimos, e só os assumimos quando percebemos que eles ainda estão ali em algum lugar dentro de nós. Mas uma coisa que também precisamos saber, é que nossos conflitos nunca acabam. Aprender a lidar com nossas imperfeições talvez seja mais difícil do que tentar fazê-las tornarem-se perfeições, até aceitarmos que somos seres errantes em constante evolução e aprendizagem, leva um tempo. Quando nos conhecemos melhor e ficamos cientes de nossas imperfeições e entendemos o porquê agimos de certa forma em certos casos, acolhemos melhor as pessoas e tentamos entendê-las quando algo não nos agrada. Tudo em nossa volta deve ser observado com atenção.