Três palavras, sete letras
E, mais uma vez, eu estou sentada de frente para uma tela em branco. Sinto tanta coisa, tenho tantos sentimentos querendo fugir, querendo escapar, mas não consigo transformar tudo isso em palavras. Na verdade, eu não sei nem qual é o nome disso que estou sentindo. Só sei que dói, dói muito, machuca mais do que eu posso suportar. E, conhecendo a criatura insana que eu sou, todos já devem saber que eu afogo minhas mágoas em músicas ainda mais deprimentes que a minha situação.
Eu poderia ter saído com minha melhor amiga ou com alguma colega da faculdade. Poderia estar caminhando na praia, assistindo a um filme, pensando no meu trabalho que é pra semana que vem, no artigo que preciso traduzir, nas provas que estão chegando; poderia, sei lá, fazer qualquer coisa útil. Mas eu não consigo. Não consigo, pois parece que esse sentimento estranho me preenche de um jeito que não sobra espaço para mais nada, nem para o meu próprio eu. Não consigo porque, quanto mais eu tento parar de pensar em você, mais eu penso. Não consigo porque já virou rotina abrir o Instagram e checar se tem mais alguma foto sua (e morrer de raiva ao notar o comentário descarado deixado por alguma guria). Já virou rotina passar de ônibus perto da sua casa e escrever as nossas iniciais no vidro embaçado. Já virou rotina passar mais perfume que o normal e usar as roupas mais bonitas sempre que sei que vou te encontrar, mesmo que o nosso "encontro" não passe de um oi. Já virou rotina escrever sobre o que eu sinto e, no final das contas, esconder meus textos por eles serem tão... bobos. Já virou rotina tentar me controlar para não dizer o que há tempos está me sufocando. Mas, quer saber de uma coisa? Chega de adiar o momento. Vou deixar a bomba explodir. Vou deixar que tu saibas o que eu tanto escondo. E-U T-E A-M-O.