Quando é preciso ir embora
Olha, é oficial, preciso ir. Sim, ir embora.
Sem chorumelas, sem mais delongas, sem mais despedidas, sem mais. Preciso ir e já estou indo. Na verdade, eu já fui.
Já devo estar longe.
Peguei o primeiro ônibus e fui. Por questões de segurança, não te direi o destino. É óbvio. E, por obséquio, peço que não me procure mais.
Esqueça.
Me esqueça.
Você já não fazia mais tanta questão, e a verdade é que vínhamos empurrando essa relação com a barriga há tempos. Sabemos disso. Não adianta negar.
Passamos por momentos lindos e inesquecíveis, é verdade. Diversas risadas, incontáveis lágrimas e muitos momentos compartilhados. Mas tem coisas na vida que não encontramos explicações, apesar de procurarmos.
Você já foi embora uma vez. Eu entendi seus motivos e fiquei quietinha. Sofri. Você se arrependeu e eu te aceitei de volta, te perdoei e te amei mais uma vez, como se nada tivesse nos acontecido. Mas aconteceu. Nós sabemos que adiar o sofrimento só o torna maior.
Te escrevi para dizer que entendi seus motivos quando fostes embora, e apesar de querer, não fui em busca de respostas. Te escrevi para dizer que, diferente de você, eu não costumo me arrepender das escolhas que faço, e agora, dessa vez, é a sua hora de me entender.
E eu espero que você entenda.
Débora Laís