Quando é preciso ir embora

Olha, é oficial, preciso ir. Sim, ir embora.

Sem chorumelas, sem mais delongas, sem mais despedidas, sem mais. Preciso ir e já estou indo. Na verdade, eu já fui.

Já devo estar longe.

Peguei o primeiro ônibus e fui. Por questões de segurança, não te direi o destino. É óbvio. E, por obséquio, peço que não me procure mais.

Esqueça.

Me esqueça.

Você já não fazia mais tanta questão, e a verdade é que vínhamos empurrando essa relação com a barriga há tempos. Sabemos disso. Não adianta negar.

Passamos por momentos lindos e inesquecíveis, é verdade. Diversas risadas, incontáveis lágrimas e muitos momentos compartilhados. Mas tem coisas na vida que não encontramos explicações, apesar de procurarmos.

Você já foi embora uma vez. Eu entendi seus motivos e fiquei quietinha. Sofri. Você se arrependeu e eu te aceitei de volta, te perdoei e te amei mais uma vez, como se nada tivesse nos acontecido. Mas aconteceu. Nós sabemos que adiar o sofrimento só o torna maior.

Te escrevi para dizer que entendi seus motivos quando fostes embora, e apesar de querer, não fui em busca de respostas. Te escrevi para dizer que, diferente de você, eu não costumo me arrepender das escolhas que faço, e agora, dessa vez, é a sua hora de me entender.

E eu espero que você entenda.

Débora Laís

Débora Laís
Enviado por Débora Laís em 12/05/2015
Código do texto: T5239255
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