Caçando borboletas – DDA ativo

O pensamento vem tão rápido que quase nunca consigo escrever a ideia presente, sempre pulsante, célere, febril, algumas vezes alucinada, sedenta, quase erupção orgástica sideral. Milhares de versos, prosas, crônicas, contos, capítulos inteiros de romances inacabados já foram escritos mentalmente, numa avalanche de palavras, veloz qual o magma despencando montanha abaixo. Quase sempre assim, uma erupção vulcânica repentina, inesperada. Segundos depois, tudo se esvai, evapora. Não relembro uma única palavra, nem mesmo o tema que motivou a ejaculação mental. Pura psicografia. Poucas vezes, em tempo, alcanço papel, caneta. E quando consigo escrever, em pouco tempo disperso, perco o fio e o tesão. Mais um texto quedará inacabado, em algum caderno esquecido não sei onde. Quando me interesso de novo, já nem sei por onde recomeçar. Em seguida, outras imagens inspiram novos poemas e então... “Começar de novo, vai valer a pena...”