PLENITUDE

Movo-me.

Afasto dores e saudades.

Observo a natureza simples aqui no quintalzinho da oca.

Entorno-me no instante em que vejo despencar do tronco a folha madura ou abençoada flor abrir-se ao sol.

Sinto-me com coragem para atravessar o tempo e vou tecendo os dias sem tristezas.

Lágrimas?

Não secam nunca!

São elas que lavam sombras secretas, desatam nós que me embargam.

Não me canso jamais de ouvir cá dentro as cores;

estão vivas,

sequiosas de Luz!

Troco de lugar a inocência milagrosa.

Estou sensível, oceânica!

Celebro.

Quando rodeada de gente e estou só, sinto-me plena.

Deve ser mal de poeta, chama que nos mantêm vivos!

Hoje, observo que estou MUITO 'em mim', num processo egoístico, louco, infantil, sem centro, reconhecendo o que habita por cá.

Peço a Existência que derrame inocência sobre minha rasura, peço janelas verdes para enxergar sem nada refletir, nadinha.....

Arana do cerrado
Enviado por Arana do cerrado em 10/05/2015
Reeditado em 10/05/2015
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