O seu rosto
Eu ainda me lembro do seu rosto, mas não como antes. Já houve um tempo em que eu podia, sem tocá-lo, desenhá-lo com as minhas mãos como se pudesse. E, antes disso, eu podia tocá-lo com minhas mãos. E, ainda antes, eu podia imaginar como seria tocá-lo com elas. E, mesmo antes de tudo isso, eu não sabia como seria o seu rosto, nem como seria tocá-lo, ou que eu saberia como desenhá-lo, nem que um dia eu o tocaria e tampouco que me restaria, por fim, apenas a lembrança de que certa vez eu o toquei.