Vem cá, moreno
Eu preciso de você. Aqui, agora, sempre e muito. Demais, demais, demais. Sei lá se é saudade ou se é carência, mas sei que chega a doer. Vem pra cá. Não precisa me ouvir nem dizer nada, não precisa abraçar nem dar carinho; eu só preciso de você por perto, nem que seja para ouvir o som do seu silêncio. Só preciso saber que você está do meu lado e sentir o calor do seu corpo, mesmo que você não me abrace. Sentir o seu perfume, mesmo que eu não possa afundar o nariz no seu ombro, no seu pescoço e no seu peito para sentir o efeito estonteante que seu cheiro causa em mim. Admirar a beleza da sua cara de bobo e dos seus olhos escuros atrás desses óculos enormes. Vem cá, moreno. Volta logo e, por favor, não saia daqui nunca mais.