Todos nós somos Antonietas
Antonieta era uma cachorrinha de rua. Antes de ser resgatada por uma ONG, ela pertencia a um mendigo e em sua pele haviam sinais de maus tratos.
Um dia, em uma grade ela foi colocada e exposta para adoção. E então uma família recém formada a adotou.
Passado algum tempo, seus pais adotivos sentiram que não podiam mais seguir juntos. O amor havia cessado.
Seus pais precisavam recomeçar e Antonieta também. Então ela foi morar com sua tia.
Ela não estava feliz. Ali não era a casa dela.
Qualquer barulho, até mesmo o de uma folha caindo ao chão, a incomodava e ela estava sempre lá: da varanda olhando para o portão, na esperança de que seus pais fossem a resgatar.
Antonieta é como muitos de nós.
Ela implora por um resgate, por uma chance. Ela clama por poder estar de novo com sua família, pois ali não é casa dela.
Quantos de nós não queremos ser resgatados? Quantos de nós não fomos obrigados a aceitar as situações calados na esperança de que tudo se ajeitasse?
Certamente, todos os dias, estamos de olho nos nossos "portões pessoais", seja ele qual for, implorando por um resgate.
Eu tenho os meus portões pessoais e eu os olho todos os dias e imploro pelo meu resgate. E qual é o seu portão?
Por que Antonieta é a personagem desta pequena história?
Por que todos nós somos Antonietas. As vezes um cachorro, isso mesmo! Um cachorro... Nos ensina mais do que um ser humano.
Sejamos brandos para perceber a poesia dos pequenos e considerados insignificantes detalhes.