Fins de relacionamentos

Fins de relacionamentos, independente de qual tenha sido o motivo (os motivos) que tenha levado ao fim, o fim é sempre desgostoso. Inevitável não sentir aquele vazio e aquela sensação de “E agora?”. Inevitável não olhar para trás e lembrar-se dos momentos de paixão em que se acreditava finalmente ter achado a tampa da panela. Impossível não pensar: “Poderia ter sido diferente...”.

Mente quem diz que não sente, nem por um segundo, uma pitada de medo.

Mas aqueles relacionamentos conturbados cheios de tantas idas e vindas, de dedos tacados na cara, decepções, perdões, decepções, perdões, mais decepções e mais perdões, ao terminar de verdade chega um momento em que as palavras somem...

Se antes nos infinitos términos tínhamos a necessidade de procurar alguém para desabafar e fazer muitos dos amigos de psicólogos particulares, agora é o inacreditável momento do silêncio.

Não temos paciência de falar sobre os assuntos do coração, de explicar nossas decisões, nem de pensar sobre. É o momento do fim e ponto final. Chegou o momento de tomar atitude e é simples assim.

Chamo esses dias de silêncio de “tempo de cura interior”. E acho extremamente importante essa espécie de alienação de si mesmo.

Não pensar, pois tudo o que precisava ser pensado já foi antes de tomar a decisão. Não pensar para não antecipar algum tipo de solidão, de sofrimento desnecessário.

E no mais, quem foi que disse que quando terminamos um relacionamento precisamos sofrer? Muitos de nós já sofremos antes do término (muitos de nós já sofremos DEMAIS antes do término). Não somos abrigados a sofrer mais.

Esse momento de alienação é necessário e deve ser respeitado.

Não quero falar nada sobre isso com ninguém. O silêncio não é só com o mundo, estou em silêncio comigo mesma.

Thaís Falleiros
Enviado por Thaís Falleiros em 22/04/2015
Código do texto: T5216506
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