Caravelas, Velas e Canções

Novembro chegou e a alegria de poder revê-la já não é mais notável em mim. Partiu, sem desculpas. Lágrimas rolam nos olhos da moça que parte para um outro lugar distante, ela olhando para trás com um sorriso triste e com um simples gesto de mãos, acenou e se despediu. No horizonte sumiu a caravela, no sótão acendeu-se a última vela e na proa ouvia-se canções. Deixou marcas, sem força, nem fé. Sem poesia, deito-me lendário, culpando a mim mesmo de não ter obtido êxito nas guerras passadas que não vivi. Causa nobre, juntamente em a sós, libertei a mim mesmo em todo som de encanto. Fui participante primordial de todas as mudanças dessa tal moça que nunca me desejou nem ao menos uma simples "boa sorte", vivi guerras nas quais nunca pude desembainhar a minha espada; guerreiro anônimo, guerreiro veleiro, vivo nas sombras marítimas, nunca me repuz a lembrar de rápidos contextos sagrados, prefiro romances de mentirinha. Moça lamentável, partiu sem conhecer o dom que a ela pertencia, subi meus intermediários seres internos; ela, moça em inquietude, bastava a ela partir somente em mim e já seria o bastante para que ela fosse feliz. Vivendo amores, sempre dizendo: "Nem tudo está perdido". Chegou em seu destino, venceu o sentido da vida, buscou entender as coisas que ninguém faz, do alto viu tanta pressão contida nesta anestesia da vida, avisou-me que toda adrenalina é um combustível pra viver um pouco mais.

Áthila Lima
Enviado por Áthila Lima em 21/04/2015
Reeditado em 05/06/2015
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