NUNCA HÁ "FINGIMENTO POÉTICO" NA MINHA ESCRITA



 
     Devo admitir que nunca há "fingimento poético" nas coisas que escrevo, seja na poesia, seja nos textos em prosa. Até gostaria que houvesse, gostaria de ter imaginação fértil para isso: não tenho. Tudo o que escrevo tem algo de autobiográfico, a dizer de coisas que passaram, de coisas que ficaram, de coisas que estão. Quando me considerava haicaísta ainda escrevia coisas objetivas,quando eu buscava estar  como observadora. Não ando conseguindo, há tempos já, escrever haicais.
     Por isso tudo, há uma pergunta que me faço e que me arrepia: Se o amor desaparecer em mim, não apenas o amor sentido como também a lembrança-presença do amor sentido e do(s) amor(es) vivido(s), além de alguma esperança de qualquer amor como possibilidade a sentir... a viver... será que vou ser capaz, ainda, de escrever poemas de amor?