Muito além do espelho mágico
Nem muito além do espelho mágico que construímos para nos vermos como dignos e bons, para que não vejamos a miséria humana em nós e nos outros, vagam ondas de desespero, abandono e exclusão.
Criamos ao longo do tempo, deuses para nos valorizar, para dominar os mais humildes, e para subjugar, pelo medo, toda uma enorme população.
Acreditamos em profecias, revelações, e dogmas, talvez por medo e preguiça de revolucionar o que somos, sendo um quase nada. Acabamos por implorar salvação, e acabamos por nos omitir de nossa responsabilidade pela transformação do que aqui está, e deixando assim, sim, de levar salvação natural e imanente aos excluídos. Preferimos nos enganar acreditando que algum deus está no controle, que sabe o que está fazendo, e que garantirá aos que aqui sofrem da miséria social, uma vida futura melhor, até mesmo porque assim retiramos de nós qualquer culpa.
Na construção mental do tempo imaginamos uma eternidade futura para continuar vivendo depois daqui, pois que nos entendendo superiores à todos os demais seres vivos, nos vemos como uma criação divina, feita a imagem e semelhança daquele mesmo deus, e assim entendemos merecer muito mais. Nos entronamos como filhos daquele deus, de algum deus, e olhamos a natureza como nossa, meramente como uma criação secundária daquele deus, para nosso deleite, uso e abuso, pois que nosso destino não é aqui.
Como somos ingênuos acabamos por ser perversos, ou será melhor, como somos perversos acabamos nos mascarando de ingênuos, mas sendo realmente o que somos, pelo que aqui está, somos em geral maus e irresponsáveis, porque nos crendo superiores, merecedores assim de alguma salvação divina, acreditamos que exista vida após a morte, e não nos comprometemos com a única coisa real que existe, que é a realidade única do momento presente. Iludidos, acreditamos que nascemos para voar e mal aprendemos ainda a andar, que nascemos bons e a sociedade é que nos corrompeu, e que assim deus tem de estar guardando o melhor para depois. Depois este que nunca virá. Somos uma máquina sem projeto, mas acreditamos ser projeto perfeito, apenas pela nossa prepotência, arrogância e vaidade de sermos melhores e perfeitos.
Muito além do espelho mágico falece a falaciosa realidade de nós mesmos, e reside a verdadeira imagem do que somos, em verdade, em essência e em emergência mental.
Nem muito além do espelho mágico que construímos para nos vermos como dignos e bons, para que não vejamos a miséria humana em nós e nos outros, vagam ondas de desespero, abandono e exclusão.
Criamos ao longo do tempo, deuses para nos valorizar, para dominar os mais humildes, e para subjugar, pelo medo, toda uma enorme população.
Acreditamos em profecias, revelações, e dogmas, talvez por medo e preguiça de revolucionar o que somos, sendo um quase nada. Acabamos por implorar salvação, e acabamos por nos omitir de nossa responsabilidade pela transformação do que aqui está, e deixando assim, sim, de levar salvação natural e imanente aos excluídos. Preferimos nos enganar acreditando que algum deus está no controle, que sabe o que está fazendo, e que garantirá aos que aqui sofrem da miséria social, uma vida futura melhor, até mesmo porque assim retiramos de nós qualquer culpa.
Na construção mental do tempo imaginamos uma eternidade futura para continuar vivendo depois daqui, pois que nos entendendo superiores à todos os demais seres vivos, nos vemos como uma criação divina, feita a imagem e semelhança daquele mesmo deus, e assim entendemos merecer muito mais. Nos entronamos como filhos daquele deus, de algum deus, e olhamos a natureza como nossa, meramente como uma criação secundária daquele deus, para nosso deleite, uso e abuso, pois que nosso destino não é aqui.
Como somos ingênuos acabamos por ser perversos, ou será melhor, como somos perversos acabamos nos mascarando de ingênuos, mas sendo realmente o que somos, pelo que aqui está, somos em geral maus e irresponsáveis, porque nos crendo superiores, merecedores assim de alguma salvação divina, acreditamos que exista vida após a morte, e não nos comprometemos com a única coisa real que existe, que é a realidade única do momento presente. Iludidos, acreditamos que nascemos para voar e mal aprendemos ainda a andar, que nascemos bons e a sociedade é que nos corrompeu, e que assim deus tem de estar guardando o melhor para depois. Depois este que nunca virá. Somos uma máquina sem projeto, mas acreditamos ser projeto perfeito, apenas pela nossa prepotência, arrogância e vaidade de sermos melhores e perfeitos.
Muito além do espelho mágico falece a falaciosa realidade de nós mesmos, e reside a verdadeira imagem do que somos, em verdade, em essência e em emergência mental.