CAIS DO PORTO!!!!!

A sua beleza durante o dia, neste lindo mar azul, me faz passar horas em devaneios, alguns segundos apenas, então acordo e tento voltar à realidade. Por mares, mundos desconhecidos e livres de todo pensamento ruim navegam meus sonhos e lembranças e me acabo pensando em ti.

Durante todo o dia me sinto feliz mesmo com sua ausência, mas sinto você bem pertinho de mim e me pego sorrindo num momento de delírio que incomoda os transeuntes, deve me achar um louco a sorrir só.

Á noite chega e o vento gélido á soprar da praia me esfria o corpo, e a solidão esfria minha alma, mas ao mesmo tempo aquece meu coração. O barulho das marés que já foi um fundo musical para nosso amor se transforma numa marcha fúnebre, me arrepia os ossos. E com isso tudo veio à insônia.

Levanto e busco me livrar da solidão me satisfazendo em encontrar a brisa fresca que vem das marés, sento á beira da praia, na areia branca como a sua pele, a areia fina como seus cabelos, o dourado das ondas que recebe a claridade do luar, me lembra seus cachos de cabelos, o cheiro das maresias me lembra de nosso último encontro.

Á noite está linda, mas e você onde estará?

Olho ao longe e vejo a imensidão do mar á minha frente, á direita desponta o cruzeiro do sul, á minha esquerda tenho a lua como minha única companheira e abaixo uma gota salgada que pensei que eram gotas do mar. O gosto é salgado, amargo, mas ledo engano. Eram apenas gotas de lágrimas saindo sem eu perceber de meus olhos.

Meu Coração é como um barco velho atracado num canto de cais. Velho barco atracado em que ao chegar ao cais foi prendido a todas as amarras e mesmo se passa outro navio não sente e com certeza não causam nenhum repuxo de outro navio.

Um Navio velho onde a lanterna que ilumina os corredores escuros é a esperança de ver o brilho dos seus olhos, porque a luz que já vejo no fim dessa insônia é a luz do sol a brilhar no horizonte, acorda o sol hoje, não solitário, pois estou aqui a fazer-lhe companhia no seu despertar.

Fechando ou iniciando o velho ciclo de talvez, quem saiba levantar a ancora que me prende á você e navegar por outros mares.

O Comandante não abandona o navio, mas as correntes estão se enferrujando e as amarras estão se enfraquecendo. A qualquer momento podem se partir. Espero o último arrojo que pode trazer um recado seu, ou qualquer lembrança. Quem sabe?

O mar guarda segredos, iguais os segredos que me une a uma pessoa muito especial.

Você!!!!!

Edílson Valter - Março de 2015.

Edílson Valter
Enviado por Edílson Valter em 18/04/2015
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