...O dinheiro não é tudo...
Ouvi uma moça, certa vez, que andava atrás de um bom "partido" para se casar, dizer que preferia chorar num automóvel Mercedes Benz do que sorrir num Fusca. Assisti a um filme italiano em que o galã vivia no cemitério, à procura de uma viúva rica chorando no túmulo do falecido para consolar.
E, nestes meus bons anos de vida, tenho visto muita gente fazendo de tudo apra ficar rica. Os de boa índole jogam na loteria; is de má, trapaceiam, grilam terras, assaltam bancos, e roubam o erário. Estes último o dinheiro das crianças chegar ao seu dstino; saqueiam as verbas da educação e merenda escolar. São pessoas sem caráter, desprezíveis e, muitas vezes, circulam no nosso meio, como "personalidades" disfarçadas de "gente fina"
Quando pegos com a mão na botija, choram, espermeiam e tornam-se os mais fracos seres. Na cadeia, viram"crentes", com a Biblia debaixo do braço. Falsos crentes. Se soltos, voltam a roubar e esquecem a religião.
Há, ainda, aqueles que trabalham noite e dia. Viram empresários. Com empresários. Com o capital, exploram o trabalho e vivem apegados ao dinheiro, com medo de voltarem a ser pobres. São, quase sempre, avarentos. Não ajudam a ninguém. Conheci um deles de perto: o Sr. Menezes. Fui funcionário e assessor dele. Era reitor de uma universidade e grande empresário. Como eu o via sempre com o mesmo par de sapatos, perguntei o porquê. Disse-me que só tinha aquele par. Usava os calçados ate cabar (furar). E perguntou: "Por que tenho que ter mais pares de sapatos se só tenho dois pés?". Em seguida, acrescentou: " Não posso usar mais que um par ao mesmo tempo!".
Seu Menezes disse também que, quando viajava, para dar uma palestra, não dormia em hotéis, e sim no carro, encostado nos postos de gasolina. " Os hotéis, são caros!", afirmou. Disse ainda que andava sempre com grande quantidade de dinheiro, não para gastá-lo, porém para manusear, pegar nos maços, pois sentia nisso grande prazer. Os valores eram colocados em sacola surrada, ou em jornais velhos, embaixo do banco do carro. A família o havia abandonado em face de sua avareza. A mulher lutava na Justiça por alimentos, para si e sua prole.
Por tudo isso, acho que o dinheiro não é tudo; não traz felicidade. Esta é um estado de espírito. Não adianta procurá-la na riqueza. Ali é onde ela mais se esconde. A felicidade está dentro de nós e só aparece quando estamos em paz com nós mesmos.
De resto, "rico é aquele a quem basta o que tem". Este provérbio é uma chamada à sobriedade, à temperança, ao autocontrole no uso das coisas materiais. Aquele que, embora tendo dinheiro, anda atrás de novas necessidades, quase sempre supérfluas, como carrões, mansões e que vive em perpétua ansiedade consumista, não é feliz.
Assim, uma casa humilde onde se ri vale mais que uma mansão onde se chora.