O incessante lamento

Um mar de pensamentos angustiantes toma conta de um ser e o leva ao mais profundo dos pensamentos – os mais angustiantes deles. A dívida consigo de algo que ninguém imagina haver, a culpa. De quê? Não se sabe. “Vós sabeis que sois fraco e indigno de vossa clemência”... É, somente esse o mantra no qual o infesto infeliz conseguia clamar. E clamava enquanto datilografava este. Dormência amortecida pelo pranto. Algo que não há explicação. Muito menos entendimento. Um pavor de si, o medo de outrem. Que outrem não o faça sentir nada mais...

A dívida vai ganhando forma, trilhando o caminho tortuoso de uma vida que se segue, sem saber a que rumo vai. E isso é perigoso: uma vez que não sabemos onde vamos, corremos sérios riscos de chegar onde não queremos. O fundo do poço (emocional), talvez. A companhia de seres que não vos compreende o leva à crer que não há ninguém neste, nem noutro, mundo que o acalente e compreenda. A incompreensão comparada à inutilidade. Ser dado como inválido, por não poder fazer tal ou tal coisa é um tanto frustrante. Quase decepcionante. A frase ecoa: “Você não presta pra mais nada, mas eu não sei viver sem você.”, é desolador... quão recíproco é? Somente prazeres? Espero que não o seja somente. Tristezas, pesares...

Só o lamento segue... E segue, incessante.

Eduardo Costa (Apresentador)
Enviado por Eduardo Costa (Apresentador) em 17/04/2015
Reeditado em 17/04/2015
Código do texto: T5210598
Classificação de conteúdo: seguro