Somos tão sapiens
Somos tão sapiens que nos matamos por meras crenças.
Somos tão sapiens que acreditamos que matar possa agradar algum deus.
Somos tão sapiens que confundimos abertamente desejos com verdades.
Somos tão sapiens que confundimos crenças com saberes.
Somos tão sapiens que entendemos a meritocracia como ideal, e o liberalismo do capital como perfeito.
Somos tão sapiens que muitos temos vergonha de pertencer a ordem (grupo) dos grandes primatas.
Somos tão sapiens que não nos achamos responsáveis pelo que aqui está.
Somos tão sapiens que acabamos por entender ser culpa dos próprios excluídos, dos próprios perseguidos, dos próprios miseráveis, ou daqueles próprios que sofrem qualquer tipo de preconceito, a culpa da sua própria exclusão, perseguição, miséria, ou “preconceituação”.
Somos tão sapiens que não nos chocamos em não ver pelo menos metade de negros no grupo de pessoas mais ricas, mais influentes política e economicamente, com doutorado, enfim, não ver pelo menos metade de negros entre os que detêm o poder político, cultural, ou econômico; e também em não ver pelo menos metade de brancos entre os presos, entre os jovens assassinados, entre os que moram em comunidades, entre os excluídos, entre os miseráveis, e entre os desempregados ou com subemprego.
Somos enfim tão sapiens que acreditamos em revelações, que acreditamos em autoridades do saber, que vemos a inação como uma virtude e a revolta como algo desumano, que vemos o altruísmo como uma fraqueza, e que acabamos por ver a fome, a miséria, e o abandono social como normal.
Somos tão sapiens que nos matamos por meras crenças.
Somos tão sapiens que acreditamos que matar possa agradar algum deus.
Somos tão sapiens que confundimos abertamente desejos com verdades.
Somos tão sapiens que confundimos crenças com saberes.
Somos tão sapiens que entendemos a meritocracia como ideal, e o liberalismo do capital como perfeito.
Somos tão sapiens que muitos temos vergonha de pertencer a ordem (grupo) dos grandes primatas.
Somos tão sapiens que não nos achamos responsáveis pelo que aqui está.
Somos tão sapiens que acabamos por entender ser culpa dos próprios excluídos, dos próprios perseguidos, dos próprios miseráveis, ou daqueles próprios que sofrem qualquer tipo de preconceito, a culpa da sua própria exclusão, perseguição, miséria, ou “preconceituação”.
Somos tão sapiens que não nos chocamos em não ver pelo menos metade de negros no grupo de pessoas mais ricas, mais influentes política e economicamente, com doutorado, enfim, não ver pelo menos metade de negros entre os que detêm o poder político, cultural, ou econômico; e também em não ver pelo menos metade de brancos entre os presos, entre os jovens assassinados, entre os que moram em comunidades, entre os excluídos, entre os miseráveis, e entre os desempregados ou com subemprego.
Somos enfim tão sapiens que acreditamos em revelações, que acreditamos em autoridades do saber, que vemos a inação como uma virtude e a revolta como algo desumano, que vemos o altruísmo como uma fraqueza, e que acabamos por ver a fome, a miséria, e o abandono social como normal.