Você, você, você...
Três anos se passaram. E, como não era de se esperar, eu continuo pensando em você em algumas das madrugadas. Sonhando com você. Ouvindo a sua voz que a minha amiga dizia que era “voz de menina”, mas que eu sempre achei linda. Se fechar os olhos pensando em ti eu provavelmente vou conseguir sentir teu cheiro me deixando tonta de novo e teu abraço me esmagando. E, sem o menor esforço, posso lembrar do seu sorrisinho de canto. Dos braços fortes e do riso frouxo. Da sua mania de guardar trechos de poemas e ficar lembrando deles aleatoriamente. Do castanho dos seus olhos e do seu jeito de piscar l e n t a m e n t e, como se o mundo nunca fosse acabar, como se o tempo fosse nosso escravo. Do seu jeito manso de falar e ridículo de caminhar. Ou vice-versa.
Que estranho, né? Outros caras já ocuparam minha mente neste tempo que passou, mas nenhum conseguiu me entender o suficiente para ocupar um espaço significativo no meu coração. Sempre falta alguma coisa, sempre há algo para me fazer pensar em você. Você, você, você, você, você. Eu sinto saudade de você. Da gente. Do nosso tempo. Dos nossos abraços. Das nossas conversas bobas e intermináveis. Das músicas que, mesmo você não sabendo, já foram nosso tema. De dormir toda noite pensando que o dia seguinte seria bom porque eu poderia te encontrar de novo. Por mais piegas que isto pareça, eu preciso que você saiba de uma coisa: o tempo passa, mas alguns sentimentos não mudam. E eu ainda te amo mais do que deveria.