Paredes invisíveis
...em pensar nas vezes que encurralou-se nas paredes invisíveis do seu EU, onde tudo não passou de invenções inseguras de uma mente mal ocupada. Aquelas paredes que se cria quando, por estar parcialmente cego, há medo de dar passos.
...em pensar nas vezes em que se sentiu estranha por beber um amor em doses, o transformando em um remédio que por fim nunca faria efeito. Apenas vício incontido, vício de ser acompanhada por instantes ilusórios.
...em pensar nas saudades renegadas, que outrora eram tudo, mas por fora um nada, para fazer de si um pouco menos amarga.
E então ela seguiu naquele silêncio que por muito lhe pesava, com aquele coração cheio de palavras bagunçadas, querendo ancorá-las em algum lugar, querendo dizê-las a alguém...