distorções
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A nanometrização do tempo, instantânea nas redes sociais, refuta qualquer teoria da celeridade do bem. O que divulgam, propagando-se na velocidade da luz, infelizmente, é o crime; o que atrai atenções universais é o sofrimento; as paisagens que nos furtam as retinas são de corpos mutilados e desfalecidos... A natureza viva parece invisível, não flui; a morta, enche nossos olhares do rubro da iniquidade e da destruição. Os dons, as virtudes, o belo sofrem a tortura do esquecimento.
Ao vasculharmos as paisagens que dão forma ao nosso aparato virtual, que imagens, notícias, vídeos estarão disponíveis? Que vazios precisamos preencher? Que mundo estamos criando dentro de nós mesmos? Que sentimentos e perspectivas nos fazem prosseguir?
Em meio aos anseios animalescos e imediatos da existência, no caos do espaço-tempo, cultue e compartilhe o que é bom e faz bem. Afinal, divulgando tragédias já tem gente demais.
Iguatu-CE, 8 de abril de 2015.
09h05min
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