SÍNDROME DE PILATOS

A caneta. Sempre ela. Para alguns, uma arma. Para outros, um símbolo da liberdade. Da livre expressão. Do pensamento exposto. Da alma desnuda. Trago esta introdução para escrever algumas opiniões sobre o momento do Brasil, ainda efervescido pela onda de denuncias sobre o tema mais recorrente da história: corrupção. Mas, na verdade o que sugiro diz respeito à discussão sobre a possível redução da maioridade penal.

Pois bem, pensadores bem mais capazes publicam suas opiniões, falam aos muitos microfones, choram, clamam, mas infelizmente, não respondem aos clamores por justiça.

Realmente a sociedade não pode continuar convivendo com bandidos, independente da idade, que matam, roubam, destroem e ao ser presos, ou melhor, apreendidos, ainda debocham da sociedade. Algo precisa ser feito. Porém, a origem do problema também precisa de atenção. Digam-me se alguém está discutindo uma política séria de proteção à infância e adolescência? Não? Qual a proposta para o fortalecimento do laço familiar? Quando teremos uma medida séria de informação sobre sexualidade, que ensine nossas crianças que o corpo precisa ser respeitado, sem que o tema seja combatido como censura? Quando voltaremos a falar sobre autoridade e respeito aos professores? Quando uma voz se levantará em denuncia contra o estimulo a sexualidade precoce? Quando o estado se fará presente nas comunidades, sem que seja o braço armado do policial? Até quando veremos nossos adolescentes e jovens morreram sem conhecer a beleza de uma vida sem drogas? E finalmente, quando reconheceremos que é preciso voltar a “ver” Deus como parte fundamental da vida?

Mais uma vez escrevo que como está hoje, não dá mais. Ou seja, precisamos discutir essa tal maioridade penal, mas punir somente está mais que provado que não resolve. Precisamos investir na vida. E tal empreitada depende do esforço de todos nós. Pense nisso, e que outras questões sejam propostas, para que o tema nunca deixe de ser debatido e pensado como parte de todos.