* FRAGMENTOS DO CORAÇÃO: PERDÃO
Perdoa, por gostar de você, e nunca ter tido coragem de provar. Perdoa, ter desejado tanto bem para você, e nunca ter tido coragem de mostrar. Perdoa, ter desejado conquistar você, e ter ficado perdido, esperando o momento certo, a hora certa, o dia em que nossos horários combinassem. Perdoa, por não ter dito a verdade, que você fazia falta, ainda faz, e nunca ter demonstrado, nunca ter falado com você a respeito.
Perdoa, por ter feito tantos planos, ter sonhado tanto, ter desejado tanto, e não ter tido tempo de chegar mais perto, de confrontar minha insanidade com a tua loucura, e descobrir que suas mãos encaixavam nas minhas, suas pernas entrelaçadas nas minhas possuiam um encaixe perfeito. Perdoa por não ter tido tempo de haver colocado sua cabeça em meu peito, ou ter ouvido e sentido seu coração bater próximo do meu. Perdoa, por dizer o que não precisava e ter perdido tempo, guardando para mim, aquilo que merecia e precisava ouvir. Perdoa por tudo que não sou, que nunca seria, e por escolher ser para você o melhor que sabia ser.
Perdoa, por não ter tido coragem, tempo, dinheiro, para olhar dentro de seus olhos e preocupar em encantar e admirar você, em te fazer sorrir, em te dedicar o tempo que merecia. Perdoa por todas as vezes, que estive bem próximo de fazer qualquer coisa, e não fiz. Perdoa, por não ter tido tempo de apreciar o brilho de seus olhos, o seu sorriso, ou mesmo velar e zelar por seu sono e sonho.
Perdoa, por tudo, pela minha falta de coragem, de dinheiro, de tempo, mas nunca foi falta de querer, de desejar estar do seu lado, perto e próximo de você.
Perdoa, por tudo, pelo tempo que não pude estar com você, e te fazer feliz. Perdoa, perdoa de verdade, toda minha falta, ausência, meus medos e receios, minha covardia, perdoa minha limitação em demonstrar afeto, em resistir, em não saber como faria para estar perto e próximo de você, de seu coração, de sua vida.
Mas principalmente, perdoa, por tudo que acreditei que você merecia, e que acreditei que merecia de mim, mas não era sua vontade, seu querer. Era meu querer, desencontrado de sua vida, do seu querer, do seu coração.
* Damien Lockheart