Bilhetes para ele (Nº 9)
Você falava que me amava tanto. Era algo tão gigante. Tão absurdo. Beirava o inacreditável. E talvez, de fato, o fosse. Você terminou. Disse que foi pela distância, que ia colocar você em primeiro lugar, que estava te fazendo mal. As vezes eu entendo. As vezes não. E sabe o que é pior? O "as vezes" não varia entre dias ou meses. Não... Varia a cada cinco minutos. Antes de eu começar a escrever, estava pensando que eu deveria ter raiva de você, pois você sempre colocava meu amor à prova, dizia que eu te tratava como amigo - sendo que eu nunca tive um amigo homem, você tinha sido o meu escolhido e o resultado final foi dois anos de namoro - e que talvez eu não gostasse tanto de você e, no final, foi você quem terminou. Mas agora outro detalhe veio a tona, detalhe quase esquecido. No começo, logo no comecinho do namoro, eu sofria demais com a distância, a minha vida se resumia em ver você, só ficava feliz quando visse você. E, realmente, sei que isso não é saudável. Muitas vezes tenho atitudes pouco saudáveis e não quero que você aja como eu agi. Agora, se você gosta tanto de mim quando dizia gostar, você vai me procurar. Tudo bem, pode passar um tempo. Não faço ideia de quanto tempo possa ser necessário para essa nossa dependência diminuir, mas depois desse tempo, o esperado é que você me procure. E, passada um pouco dessa dependência, das carências exageradas, das imaturidades que nos envolve, vamos ter um novo início.