Esperando Godot
Nunca vi, sei que é uma peça, essa galera da agitação cultural curte muito e fala muito bem. Não sei muito bem do que se trata, parece que é sobre dois caras que vão a um lugar, um bar, um pub, uma pizzaria, uma estação de trem, o terminal de ônibus da Cachoeirinha, ou um troço assim, que se põem a esperar uma terceira pessoa, que teima em não chegar. Parece que, enquanto esperam, os dois outros começam a conversar e descobrem, a uma certa altura, que ambos esperam pela mesma pessoa. Que não vem! Quer dizer, não vi, pra saber, quem sabe, lá no finzinho do último ato da peça, o terceiro sujeito vem, chama os outros dois, que aí se levantam e saem, os três juntos, por algum lado do palco... se fosse eu o autor, acho que era assim que terminaria, me pareceria um modo interessante de finalizar a peça.
Parece que é "Esperando Godot", o nome da tal peça. Por esses dias, foi como eu estive me sentindo. Como alguém, em algum lugar, esperando Godot. Passei as duas últimas semanas, o último carnaval, todinho, socado em casa, comendo, dormindo e esperando por este final de semana que passou. Esperando ansiosamente esse último sábado, para, enfim, reencontrar 'Godot'. À toa. Debalde! Não sei na peça, mas, pra mim, pelo menos, 'Godot' mandou avisar que não viria. O que não foi lá muito melhor... fiquei só com a impressão de que a ansiedade era só minha, toda minha. E agora, continuo esperando 'Godot'. Esperando pelo seu "bom dia", esperando por um beijo de "boa noite", esperando que tenha percebido que senti sua falta, que, ao menos, diga um "também sinto"... estou esperando 'Godot' decidir que quer me ver. E me chamar. E me dizer o que, afinal, quer de mim, por que evita tudo de mim e lança indiretas. Na peça, eu não sei como é, mas e aqui, será que, desta vez, Godot vem?!