Você está aqui.

No que me vem a noite, o burburinho do vento que entra pelas frestas da janela e o cheiro de leite quente que vem da cozinha

No que me vem o dia, a luz que me aqueçe e as lembranças que me incendeiam num sol extremamente presente.

Tenho seu barulho no meu corpo, teu cheiro entre as brechas de minha boca, e que não adianta escrever, não vens, disto estou ciente.

Me acho madrugando seus acessórios, sua caras e bocas, vivo-te a cantar, tua ausência fez me criar um 'contigo' esplêndido e magnético, já que não estamos, te crio, te invento, tudo outra vez, faço-te meu, um ciclo errado, num cronos secreto.

Rodeamos aquela praça outra vez, me atraso alguns minutos, canto para os garotos dos doces todas as vezes que me lembro, outra vez nos devoramos com os olhos, trato de me apaixonar novamente e de novo, porque estás aqui.