Quem não te procura não sente sua falta!

Passei muito tempo ou perdi muito tempo desenhando minha realidade, no momento de colorir meu desenho não fui beneficiada... Recebi apenas um lápis cinza para colorir meu rascunho existencial.

Fiz o máximo com o que tinha, clareei algumas partes, escureci outras, mas toda a minha realidade ficou em escala de cinza...

É tudo tão diferente do que sonhei, confirmei este pensamento ao deparar-me com a frase: “Quem não te procura não sente sua falta”.

É lamentável reconhecer que o Sol não depende de nós assim como dependemos dele, na verdade, esse astro nem se dá conta de nossa existência e mesmo assim a vida segue...

O mundo vive em contradição:

Vejo pessoas rindo, quando na verdade gostariam de chorar;

Isolando-se do mundo, nos momentos em que mais precisam de alguém;

Desenham flores em telas, quando na verdade vivem cercadas por espinhos;

Falam sobre a imensidão do universo, no intuito de esquecer o vazio do mundo subjetivo...

O tempo passa e muitas vezes me pergunto:

“A vida nos escapa ou é o inverso que acontece?”

Para cada possibilidade de resposta surge uma nova pergunta e mesmo cansada continuo:

“O erro está em meus questionamentos ou nas respostas criptografadas que me surgem?”

“Sou um ser tão ingênuo a ponto de não saber o que eu mesma quero pra mim?”

“Qual o significado de cada amanhecer?”

“Qual a razão para tantos devaneios?”

“Por que continuar escrevendo?”

Perco-me entre perguntas e a falta de respostas, fico desnorteada e por pura obrigação vou seguindo rumo ao futuro...