Colecionador de amores
Desde muito tempo as dúvidas se apresentavam, rodeavam e se instalavam. Eram dúvidas de tudo; do vestir ao pensar.
As interferências atrapalhavam e até conseguiam ter sucesso. Na dúvida, é sempre mais fácil ceder ao externo.
Por muito tempo me pus a agradar. Frustrações foi o que adquiri. Às vezes a confusão é feita à partir do que as pessoas querem para nós. Do que, pra elas, seria mais cômodo, bonito e socialmente correto.
Nesse mar de confusões, fiz ondas de amores que quebravam à beira mar. Perfuravam a areia e sumiam.
Diferente da areia, o coração não absorve. Ele ocupa espaços e entulha. O coração coleciona amores.
O primeiro amor nunca esquecemos, deve ser esse para o colecionador o “objeto” mais difícil e valioso de encontrar. Realmente é inesquecível. Quando dá certo é mágico, quando nos enganamos essa frustração se mistura com dor e questionamentos, juntam-se as dúvidas que também colecionamos.
A grande dor desse estoque da vida é saber que corações são feridos e colecionam mágoas. Corações colecionadores, recomeçam entulhando amores.