Meu vigésimo terceiro minuto ...
Sinto a minha mente inflar, inflar e inflar até que pof, estourou .
Nisso Pedro Farrau saiu do livro Adonai de Jorge. E. Adoum (Mago Jefa) e disse-me :
___O tempo nos leva de um lugar a outro e nos muda de estado a cada momento, a sorte nos leva pela mão a todos os ambientes, e nós, com tantas mudanças, só vemos o que tem sido um tropeço no nosso caminho.
A verdade nua se transfigura diante de nossos olhos, e em nome do desejo nos aproximamos dela, para arrebatar-lhe sua coroa de pureza.
A sabedoria nos chama em cada esquina, para nos impor seu jugo suave e nós continuamos a correr sem ouvi-la acreditando ser um animal feroz.
A liberdade oferece o seu néctar substancial e nós nos embriagamos na orgia até o embrutecimento, nossa mãe natureza nos convida à contemplação da sua beleza e nós tememos seu silêncio, como se fora o silêncio da tumba .
Então, em desenfreada carreira fugimos para as cidades e nos lançamos um sobre os outros.
As almas mais oprimidas, pelo peso das demais gritam pedindo socorro, e nós dizemos que estão loucos.
Assim cavalgam no tempo os dias e os anos e atrás deles seguem o homem empunhando as rédeas dos seus desejos e paixões.
Não sente a suavidade da brisa, nem a força do temporal.
E se um infeliz tem a sorte de escapar de seu cárcere e fala do Zéfiro e do furacão, todos o olham com compaixão, porque o creem alienado.
Então ele se retira lamentando-se:
___Gritei e ninguém me ouviu.
Pois bem, uma vez que temem o ar puro, deixemos que se asfixiem em sua prisão putrefata e nauseabunda.