Não, não me obrigue
Eu não quero sua medida em mim
De como faço, se vou ou fico
Minha decisão é soberana
Meu desejo é meu querer
Eu não quero seu reparo em mim
De como falo, se estou ou não
É minha escolha ser assim
Minha amizade é meu prazer
Não me obrigue a ser sincero
Das suas verdades eu sei de cor
Sua fachada, seu disfarce
Minha escolha é não rever
Há quem acredite em mentiras
Num faz de contas irreal
Dias, meses e anos
Numa tapeação forjada de mau
Que defeitos mais desconhecidos
Pode haver ainda a revelar
Quais palavras descreveria
Seu furor contra quem deveria amar
Cruel, desumano e hediondo
Foram palavras em desafeto
Sem mérito, razão e verdade
Sem nenhuma associação com o amor
Sua própria carne, sangue
Heranças, riquezas e bênçãos
Maltratadas gratuitamente
Covardemente e sem pesar
Não, não me obrigue
Pois, meu carinho e respeito
Dispenso aos que merecem
Pra você, nem meu aperto de mão.