Mãos Furadas
Dia desses perdi um brinco. Pequeno, barato - uma simplória pecinha de latão enobrecido. Devia custar uma prata, talvez duas e meia. Mas o negócio é que eu gostava do brinco. E porque gostava do brinco, esbravejei. Mãos furadas! De que servem tantos dedos? Até que me compadeci. Se bem que tão pequeno... Pequeno, mas eu gostava do brinco! No fundo eu o achava bem grande... E pensei nas tantas coisas pequenas que perdi, no cair de um brinco, e que eram muito grandes... Mãos furadas!