A vida é uma tela.
Pinceis em punhos, tintas em guarda...
Ponha-te a pintar a vida, a tua vida, pois ela é a tua mais sensível tela.
Torta ou bela, ela aceita as tuas cores, mas não a cobre pelos teus borrões.
Na tela da vida você pode pintar a vida da janela ou se quiser a janela da vida...
Pode parar o tempo pra sempre, mas também pode pintar sobre o que já foi pintado, pode modificar.
O importante é compreender que a tela da vida vai sempre se contentar com o que você der pra ela, quer seja um simples rabisco ou uma gigantesca aquarela. Ela não se recusa ao seu toque, também não se resigna aos seus erros.
Ela aceitará tudo, todos os tons...
Não a culpe quando houverem pinceladas tortas, porque foram teus punhos que a afligiram, não lhe admire por ser encantadora, pois ela não aceitará os teus elogios e te dirá que ela é, tão somente, um reflexo de ti.
A vida é a mais sensível das telas, torta ou bela, borrada ou não, ela se deu a ti pra que a pintasse. E se deu abandonando todo o seu querer para ser o teu querer. E mesmo que se queira pintar em outra a tela, ela permanecerá em branco aguardando o teu agir.
Então, aja, pinte, erre, apague, borre, repinte, porque a vida se dá como tela pra você fazer o que quiser dela.
Inspirado nas telas de Andreia Cunha.