Não esperem muito, pois o pouco que me resta, aqui, faço festa
Não sou uma pessoa boa. Definitivamente, não o sou! Hoje mesmo fui posta diante ao que suposto fora dito, degradante.
O episódio foi mais ou menos assim: hoje bem cedo, a caminho do trabalho, como de hábito, subia a escadaria formato caracol, parte integrante ao acesso a estação de trem do Itaim. De repente, esbarro com força numa mulher (não foi intencional, claro! Que eu me lembre). Mas fato é, que a passos lentos , ela insistia em dificultar minha passagem. Caramba, não sou diferente... tinha minhas urgências ( ! ) Fiz que não era comigo quando percebi que ela me olhava feio. Em direção a bilheteria segui.
Há demônios que me rodeiam... Às vezes, penso que uma legião. Acordei com uma ressaca louca. Antes fosse de cachaça. Ao menos amenizaria o mal estar, e essa vontade absurda de sumir. Floreio com palavras doces o que me incomoda. Deixa pra lá! Também como seria diferente? Após um breve período em casa, devo retornar ao fatídico destino.
A mesa, ingerindo o café que acabara de preparar, insights do desejo lascivo da noite passada, sobrepõem o seu perfume. Luxuria oscilada em vadiagem pura. Não houve ingestão de álcool. Por ironia, menos ainda de um falo. Demasiada alterada, e até a farra solitária dispensou o tato. Outro dia, e as buzinas berram a sinfonia do absurdo em meu ouvido. Amanheço dentro de um caldeirão. A temperatura por esses dias tem ultrapassado os 37 graus. No burburinho do mundo, o homem segue em campo minado a projeção de tantos outros lunáticos. Fartos. Dias inúteis. Sempre achei, esses, entre feriados. Há espaço dentro do vagão. A maioria dos que compõem a multidão, tidos usuários, estão em casa. Partimos do Tatuapé, e dentro de alguns minutos chego ao execrado destino. Quem sabe mude, de ideia. Muito e toda. Mas enquanto envolvida por lapsos em divagação, sigo suja, implorando a sorte, que termine o dia (antes que aperte o gatilho) e tudo se torne paz.
• Dez/2014. Texto digitado no celular. Safira - Linha12