Sob o mesmo Céu
Alguns já lhe perguntaram o que procura no céu?...
Certamente sim, mas respostas não parecem caber a esta pergunta, que não deveria existir por sua vez...
Procuramos no céu o que não pode ser encontrado aqui...
Alguém injustiçado olha para o céu procurando por justiça...
Alguém em prantos olha para o céu procurando consolo...
Alguém triste talvez procure felicidade
Alguém louco talvez procure a razão...
Um Céu pode abrigar muitas coisas, Deuses, entes queridos...
Noutras apenas uma fuga para olhos cansados de objetos ou situações próximas indesejadas...
Seu céu, meu céu...
Colorido de Azul, Claro aos dias, escurecido pelas noites, vermelho pálido ao entardecer...
Talvez você pense em ciência para determinar algumas coisas, mas certamente recorre à outras quando a natureza o chama, pode ter se esquecido de que esta nesta bola tortuosa e de que assim como todos os outros sejam orgânicos ou inorgânicos, aqui esta, sob o mesmo céu...
Vê o caos na natureza? Certamente que não tudo esta em equilíbrio e esta é a natureza da vida e da matéria, o caos existe apenas dentro de nós mesmos...
Mesmo um desastre natural, que rasga a terra em alguns instantes, pouco tempo depois retorna ao equilíbrio e o que foi removido é lentamente substituído e ocupado e reorganizado pela natureza, mesmo nossas estradas de asfalto escuro são encobertos pelo verde da relva...
Mas na mente de um homem reside uma inquietação que não pode ser explicada, aplacada, acalmada...
Este que olha para dentro, para fora, que vê a si mesmo no reflexo, que outras espécies estuda e pensa ter ciência, determina padrões, separa por grupo, dá nome, classifica...
Ainda parece não entender sua própria natureza, seu papel...
Que na tentativa de se encontrar parece perder-se ainda mais...
Que o macro diz algo que o subatômico não concorda...
Que seus números apesar de exatos parecem imprecisos as vezes...
Que o 1% em determinadas situações parece ser bem mais recorrente...
Entendendo sem entender, explicando sem se convencer, cansado de respostas fáceis, mas descontente com algumas verdades que descobre...
Parece então não muito satisfeito e isso, sempre foi assim...
Quando caminhava junto com a natureza, não se sentia em casa, criou então sua própria selva, a selva de concreto e ferro...
Nela envelhece, adoece e morre, mas não parece feliz...
O mundo que criou com sua mente não parece agradar o coração, mas a natureza já não parece mais ser sua casa...
Separou os pés da terra há muito tempo, vê a natureza com olhos curiosos e confusos, como um pequeno rato de laboratório observando a sua volta...
Sua conclusão de unidade talvez esteja assim como muitas de suas conclusões, imprecisa ou incorreta...
Talvez não exista um em um milhão, talvez não exista nem um, nem milhão...
Tudo que fizemos até hoje foi tentar separar, o que esta, sempre esteve e sempre estará sob o mesmo céu...
Esta é apenas mais uma tentativa, apenas mais um ponto de vista, de mais um...
Que assim como outras é imprecisa ou incorreta...
Mas gosto de olhar para cima e me lembrar...
"Estamos todos sob o mesmo céu."