Rios e Vidas

Conheci várias nascentes de rios, inclusive a do rio Iguaçu, cujas águas se encontram com as do rio Paraná. Depois de um percurso considerável, vem o encontro com o rio Paraguai e, logo em seguida, outro encontro; esse, com o rio Uruguai, formando assim a grande Bacia do Prata, entre Argentina e Uruguai. Quem não conhece, pensa que está vendo o mar, no entanto o mar ainda está distante, mas juntas, todas essas águas chegam lá.

Foi impressionante olhar para a nascente desse importante rio paranaense e seu percurso que nasce pequeno e vai se agigantando ao longo do seu curso, aproveitando-se dos seus afluentes para se agigantar cada vez mais.

No entanto, para se tornar no majestoso Iguaçu, vai golpeando pedras, tendo paciência diante dos obstáculos. Quando precisa, se aprofunda e tem fluidez lenta; outras vezes, torna-se assustador por suas correntezas que terminam com o espetáculo das cataratas maravilhosas, as quais lhes emprestam o nome. Belas para uns e assustadoras para outros.

Depois dos encontros das águas mencionadas acima, tudo termina no mar. Portanto, sabemos que as águas de todos os rios, após golpearem inúmeras pedras, enfrentarem obstáculos, se aprofundarem e desviarem de muitas montanhas, têm como destino final o mar.

Para mim a vida se compara a um rio, com uma diferença que não sei explicar. Vejamos! Nascemos, crescemos e morremos. Ao longo da vida, somos golpeados por muitas pedras, também golpeamos outras tantas. O rio, diante de uma montanha ganha profundidade, como acontece conosco quando enfrentamos contrariedades que nos maltratam. Ficamos magoados... Quando recebemos elogios, vem a alegria. A primeira, representa a profundeza do rio, a outra as suas correntezas.

O rio em seu percurso tem suas paradas, quando não percebemos seu movimento. A vida é a mesma coisa! No curso dela, recebemos amor, carinho, gratidão; outras vezes ingratidão. São tantos contrários em nossas vidas que acertos e erros às vezes estão no mesmo lugar. O mesmo acontece com as maravilhas que dão sentido à vida e seus mistérios. Como o rio que segue seu curso sem poder voltar, nós também, temos que viver um dia de cada vez, sendo também impossível voltar.

Só que a certeza que tenho é que o rio corre para o mar. O mesmo está à sua espera. Portanto me pergunto: onde a vida vai parar? Será que ela tem seu mar para esperá-la? Pensando bem, amo os mistérios da vida e não pretendo sofrer por causa deles, apenas gosto de viajar em pensamentos como esses.

Misrael
Enviado por Misrael em 21/02/2015
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