Agonia
Meu peito inflama, eu sinto minha alma desesperada,ela ouve uma voz quase rouca,e desde então corre atrás dela,que saudade agonizante,aperta,me arranca suspiros,gela por dentro,trás febres que mutilam...
Eu não tenho sangue plumado,mas as lágrimas plumam dentro de mim,me martirizam,a dor é minha filha,mas não me obedece,então transformei-me filha dela e ela se apossou de mim,da maneira mais bruta que poderia existir ...
Eu sinto meus ossos em um velório,meus músculos também participam,minhas articulações já chegaram no cemitério, minha alma se despiu,vive nua pela rua à procura de um chá de camomila,com febres tolas pensa que irá se acalmar, e se despede dos poucos bocadinhos que encontra ao chão, tão lúdica, tão lírica, entregou o coração (...)