RASGANDO A ALMA
Que dor.
Me lembro de quando sentia dores,
e elas provinham de algum lugar,
diferente de agora,
dói, mas não há onde massagear, apertar ou assoprar,
porque dói na alma.
Me pergunto sobre a justiça,
onde ela está? Porque simplesmente teve que ser assim.
Não há teoria no mundo capaz de explicar,
não há palavras reconfortantes,
não há calor suficiente nos abraços, para aquecer minha alma.
Tudo está cinza, com cheiro e gosto de cinzas.
Tanto por caminhar, mas a estrada apenas acabou.
Sem explicações, sem motivos para que minha parca inteligência seja suficiente
Passei a duvidar de tudo, passei a odiar a morte.
Ela, que chega de forma fria, e destrói com apenas um golpe,
uma vida de fé.
Sou fraco, mísero de pensamento, egoísta, mesquinho e pequeno.
Diante do meu maior desafio, estou debilitado, entregue.
Busco nas frases de efeito, elaboradas por quem nada sente, alguma explicação, derrepente, sinto todas as sensações do mundo, ninguém é capaz de sentir como eu, sou um vulcão de dores em plena erupção,
quero falar, gritar o mais alto, para que possas me ouvir, onde quer que esteja
Eu amo você, e nem o fim, fará com que mude alguma coisa.
Quero que saibas, o que está dentro do meu peito, que sua falta me sufoca,
arrebata e derruba minha vontade de seguir.
Eles pensam saber alguma coisa, mas não sabem nada, apenas eu sei, que preciso de ti, e enquanto esta ferida continuar exposta, não há o que ser feito senão abraçar meu luto e adormecer, só assim, quem sabe depois de uma hibernação possa acordar e voltar a acreditar que algo ainda valha a pena.
Agora me deixe dormir...
Texto fictício, oriundo da morte de Verediana.