CERTEZAS E DÚVIDAS

Não há nada neste mundo que mais me deixe pensativo do que a vida humana e o seu processo, o seu existir. Na vida, precisamos de certezas e dúvidas.

Para vivermos e convivermos bem, eu defenderei, até chegar a minha morte, que precisamos de alguns princípios fundamentais, tais como: respeito a cada ser humano; respeito à natureza; deixar que cada pessoa seja livre para fazer suas escolhas, desde que essas escolhas não prejudiquem nem ofendam ninguém; ser verdadeiro em palavras e atitudes; não causar prejuízo a ninguém e amar todas as pessoas. Obs.: Quando eu menciono a palavra amor, eu estou usando este sentido: desejar o bem a todo mundo e não desejar o mal a ninguém. É isso o que eu entendo sobre o amor. Desses princípios que eu mencionei, eu não abro mão de nenhum.

É tendo como princípio o respeito a cada ser humano, que exigimos a honestidade nas relações sociais e familiares. É tendo como princípio o respeito a cada pessoa, que devemos e podemos condenar o roubo e o furto. É tendo como princípio o respeito a cada pessoa, que exigimos e podemos exigir honestidade dos políticos e a seriedade na administração da coisa pública (República). É tendo como princípio o respeito a cada ser humano, que temos o direito de não aceitar, nem tolerar a mentira, a falsidade, o falso testemunho. Desse princípio, podemos extrair muitas normas de convivência.

Mas precisamos estabelecer a dúvida na nossa vida. Para isso, é importante analisar se as nossas palavras e atitudes ferem algum dos princípios supracitados. Caso não firam, tudo bem. Sobre as dúvidas importantes, precisamos analisar as nossas análises. Explico! Devemos nos perguntar: será que fulano está errado? Será que fulano está certo? Será que a minha avaliação a respeito do PT está correta? Será que o PT é culpado? Será que o Lula tem culpa? Será que eu não estou errado ao dizer que o Lula é o pior político do Brasil? Será que eu não estou errado ao pensar que o Lula é culpado pelos escândalos em seu governo? Será que eu estou certo ao defender o Lula? Será que o Lula é mesmo um bom político? Será que o PT é mesmo justo? Será que o PT não enganou o povo? Será que o PT não ajudou muito o povo? Essas perguntas devem ser feitas em relação a todos os políticos e partidos existentes, não apenas no Brasil, mas no mundo inteiro.

Será que o meu time é o melhor? Eu tenho o direito de agredir alguém? Eu gostaria de ser agredido por alguém? Será que a minha igreja não tem interesses particulares? Será que a minha religião é a melhor? Será que a minha religião é a única religião certa? Será que eu tenho o direito de ofender a religião do outro?

Será que o Domingos Ivan Barbosa é mesmo o que ele afirma ser? Será que o Domingos Ivan Barbosa é um homem justo? Será que esse sujeito é digno de confiança? Será que ele é falso? Será que o Domingos Ivan é arrogante? Ou humilde? Prepotente? Pedante? Essas dúvidas são muito importantes. Se nos colocarmos essas dúvidas, nós descobriremos a verdade. Entretanto, muitos não querem a verdade. A verdade não é sempre dura. Exemplifico: a verdade poderá se mostrar através do amor que um homem bom tem por você, ou através do amor que uma mulher decente tem por você. A verdade não é sempre dura. Na verdade, só a verdade é boa. Obs.: Talvez eu seja muito arrogante. Só um arrogante poderá se colocar a possibilidade de ser um idiota.

Agora, eu pergunto: onde está o ser humano neste mundo que se coloca essas perguntas a respeito de si mesmo? Onde está o ser humano neste mundo que se interroga? Alguém só fará essas perguntas a si mesmo, se esse alguém buscar a verdade em primeiro lugar e acima de tudo. Onde está a pessoa que duvida de sua inteligência? Eu duvido da minha. Onde está o ser humano que coloca a possibilidade de estar sendo idiota? Eu me coloco essa possibilidade. Eu imagino que eu talvez seja idiota. Por quê? Porque eu estou em busca da verdade, e a verdade não é minha, nem de ninguém. A verdade é o alvo para o qual os seres humanos devem se dirigir. É o que os seres humanos devem buscar, pois a verdade liberta o homem em todos os sentidos.

Eu estou começando a reconhecer a tolice dos debates, ainda que os debates sejam importantes para a descoberta da verdade, no sentido em que Sócrates fazia. Mas, os debates de Sócrates levaram esse filósofo da virtude a ser odiado, condenado e morto. Por que tolice dos debates? Porque as pessoas – na sua maioria – não estão preocupadas em encontrar a verdade, mas estão preocupadas apenas com a prevalência de sua maneira de encarar o mundo e com a prevalência daquilo que elas elegeram como sendo a verdade; com a prevalência de seus interesses. Basta olhar um debate político, para conferir que os políticos nunca assumem seus erros ou falhas. Todos têm a solução que, na hora de governar, não dá certo. A inflação, por exemplo, na campanha presidencial de 2014, no Brasil, estava sob controle. Era isso que dizia a candidata reeleita. Agora, foi preciso aumentar os impostos e os juros, além de eliminar direitos trabalhistas. É por isso que eu não confio em políticos. Eles não assumem o próprio fracasso.

Sendo assim, eu estou pensando seriamente em não entrar mais em debates. Eu estou começando a viver a verdade que se mostra neste pensamento de Marco Aurélio, o imperador-filósofo: “Os homens não deixarão de fazer exatamente o que fazem, ainda que te arrebentes pregando o contrário”. Eu, portanto, não quero me arrebentar pregando o que os homens jamais seguirão. Além disso, eu não tenho a verdade, nem sou dono dela.

Outra certeza que eu tenho, além dos meus milhões de dúvidas, é esta: eu amo exercer a Filosofia, em palavras e conduta, porque a Filosofia me convida a ser questionador de mim mesmo, além de questionar o que se encontra fora de mim.

Domingos Ivan Barbosa
Enviado por Domingos Ivan Barbosa em 15/02/2015
Reeditado em 15/02/2015
Código do texto: T5138117
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