## MERGULHO ##
Sentir a segurança...
Esta, do mergulho,
Do alívio da água, da soltura do corpo,
Ondas frias, carícias das quentes correntes,
Oxigenando emoções
Afagando o corpo
Alimentando a alma...
Submersa em mim,
Até que o tempo se vá,
Caçar fantasmas, destruir janelas,
Gargalhar da hipocrisia,
Nadar num habitat sem tempo...
Acanhar falsos pensamentos,
Aliviar todos os pesos,
Achar-se livre,
Seguir à toa, sem caminhos ,
Sem esquinas,
Encontrar surpresas que não se defina,
Lavar a vida com maresia,
Voltar à tona sem medo,
Sem pressas nem segredos,
Não ver ninguém na praia...
Toda a imensidão guardada,
Sem ponteiros, noites ou dias,
Apenas uma história
Recém lavada de melancolia...
Sorrir assim da insignificância do corpo
Sob a imensidão que engole todos os sóis
E da ilusão dos dias,
Que ávidos guardamos, em vão
Sob nossos lençóis
(Taciana Valença)