Vazio

Preciso escrever. As vezes é sobre as tristezas. Em outras, sobre as solidões que chegam como um vento. Porque hoje meu mundo está vazio. Olho as paredes cor de aveia. Intransponíveis. Na janela do quarto milhares de luzes iluminando centenas de casas. O céu quase toca a Terra. Rubinstein, com mansidão, me faz viajar por onde meus olhos não podem ver. A melodia é suave. Toca cada parte da minha alma. Como se caminhasse dentro de mim fazendo-se acolhedora numa sequência de abraços emudecidos. Acalma meu barulho. Todas as inquietações saem pela janela. É bom não ter certezas. Nem precisar tê-las. Libertador. Meu vazio me pede paciência, pois amor é trazido pelo mesmo vento que anuncia a solidão.
Ana Liszt
Enviado por Ana Liszt em 29/01/2015
Código do texto: T5117919
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2015. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.