Somos um Produto do Meio

Somos um produto do meio e, assim, a influência de opiniões alheias costuma ter um papel importante na vida de cada ser.
Em geral, tem-se mais medo do ridículo do que do senso de responsabilidade.
Não nos preocupamos com os resultados causados a nós mesmos daquilo que fazemos, mas a crítica, a opinião alheia, é o que nos empolga ou nos decepciona.
Entretanto, se refletirmos um pouco, se usássemos a mente para discernir, veríamos que só deveríamos nos impressionar com material que usáramos para esta ou aquela realização.
Ninguém pode penetrar nos nossos sentimentos, ninguém conhece verdadeiramente o nosso nível moral ou espiritual, portanto, não devemos permitir intromissão no nosso foro íntimo, sem o nosso consentimento.
Só devemos nos interessar pelo que damos de nós numa obra.
Não devemos permitir que a crítica negativa nos atinja, pois que aquele que critica com ironia se julga superior, pensa ser o único capaz de grandes feitos e, em geral, vive sem nada fazer, sem nada produzir..... exceto para seu próprio interesse.
Se ao laborarmos em algo, tendo a certeza de que estamos nos esforçando em todos os sentidos para fazermos o melhor possível, deveremos submeter o nosso trabalho à apreciação da nossa consciência. Esta sim, tem o conhecimento de nossas reais intenções, sabe qual a finalidade dos nosso destinos e de que matéria nos servimos para a realização de nossa obra.
Se a nossa consciência estiver em paz, todas as calúnias, todas as injustiças, não poderão nos atingir. Nos sentiremos como alguém que, usando roupa impermeável, a lama que se lhe atiraram, resvalará deixando-lhe as vestes intactas. No entanto, as mãos que atiraram a lama não se livrarão de ficar sujas e mal cheirosas.
Pobres mãos que, esquecendo a sua verdadeira missão, comprazem-se em desvirtuar o dom divino que Deus lhes concedeu.
Ajudemos a limpar essas mãos e ensinemo-lhes outra ocupação mais nobre, mais bela.
Não lhes retribuamos com a mesma lama, pois assim de nada serviria estarmos revestidos de matéria impermeável externamente ou seja, apenas pelo verniz da boa educação.
Mentalizemos amor, muita luz e complacência para todos os que, iludidos pela vaidade, tentarem se antepor a nossa frente, armados de maledicência, do egoísmo e outras armas que eles sabem manejar com maestria.

Fascinação/ Cenyra Pinto (do livro "Levanta-te e Anda")
Fascinação
Enviado por Fascinação em 02/06/2007
Reeditado em 02/06/2007
Código do texto: T511437
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