Morrer ao lado de uma menina justa.
A verdade é que não é fácil.
Talvez o amor da minha vida tenha encontrado o amor da vida dela.
As palavras não são assassinas, mas matam tanto quanto.
Não vamos ser hipócritas, o sorriso de quem a gente ama também nos deixa destruídos, basta que não tenha sido ao nosso lado que esse sorriso se formou, e não adianta nada entrar em depressão, de perder o chão, e entender o que é dor.
Tentar respostas em uma garrafa de vodka e não encontrar nada, alívio algum.
Ela transformou um menino em homem.
Foi tanta coisa ao lado dela que minha cabeça me trai, começo a achar impossível alguém preencher todo esse espaço que ficou quando fomos embora.
A gente já correu na praia, vimos aquele nascer do sol das 5:40, daquela praia quase deserta só nossa, eu sem ciúme já incentivei ela a diminuir aquele vestido preto.
Ela nunca fez teatro, mas tinha um senso de humor impar, alegria só dela que contagiava e alegrava qualquer um.
Ela é dessas que tu dá corda à partir de um só sorriso, jogava o cabelo pro lado e te olhava com um sorriso hipnotizador.
Quando tu menos percebesse, daria o mundo inteiro por mais cinco minutos ouvindo cada palavra que sai daquela boca.
Ainda me pergunto, porque nos apresentar pessoas tão incríveis e marcantes se logo depois vai nos tirar à força? Talvez eu ainda precise entender que felicidade é o beijo que se dá no presente, não em planos a longo prazo, sonhos etc...
Todos os dias eu ainda lembro que ela é do tipo que inspirava o meu melhor o tempo todo, que toda sexta feira era um dia diferente e inesperado, aqueles dias que tu sabe que vai ser muito bom, que te deixa com frio na barriga, com borboletas no estomago e minutos parecem horas, e quando a gente se encontrava, horas pareciam minutos.
Ela falava frases que queimavam o juízo.
Dessas que têm no cabelo o cheiro que eu queria sentir ao deitar.
A pele que eu queria sentir com a palma da mão quando acordasse.
A voz, meu Deus, dessas que eu queria guardar e fazer música dentro de mim.
Ela é assim, linda, e sobrava tanto que quando eu encostava nela, me sentia lindo também.
E aqui falo de beleza que sai dos poros, e não das capas.
Ela era justa, podia gritar, podia chorar, podia implicar, mas eu morreria ao lado de uma menina justa.
Só que não deu, num dia louco desses, sumimos, ela foi pra lá, e eu vim parar aqui.
Junho de 2014.