CONHECIMENTOS PROVÁVEIS E IMPROVÁVEIS
A nossa racionalidade nos conduz, no processo evolutivo, aos conhecimentos prováveis e também aos conhecimentos que não podem ser comprovados e que, portanto, são apenas teorias. Os conhecimentos sobre matemática, por exemplo, eram considerados prováveis até que o Teorema da Incompletude, do matemático Kurt Gödel derrubou esse conceito. Vejamos a sua definição, conforme o livro “O Universo Numa Casca de Noz” de Stephen William Hawking.
“Teorema da Incompletude – Em 1931 o matemático Kurt Gödel provou seu famoso Teorema da Incompletude sobre a natureza da matemática. O teorema afirma que dentro de qualquer sistema formal de axiomas, como a matemática atual, sempre persistem questões que não podem ser provadas nem refutadas com base nos axiomas que definem o sistema. Em outras palavras, Gödel mostrou que certos problemas não podem ser solucionados por nenhum conjunto de regras ou procedimentos. O Teorema de Gödel fixou limites fundamentais para a matemática. Foi um grande choque para a comunidade científica, pois derrubou a crença generalizada de que a matemática era um sistema coerente e completo baseado em um único fundamento lógico. O Teorema de Gödel, o Princípio da Incerteza de Heisenberg e a impossibilidade prática de seguir a evolução até mesmo de um sistema determinista que se torna caótico, formam um conjunto fundamental de limitações ao conhecimento científico, que só veio a ser conhecido durante o século XX”.
Os conhecimentos da astrofísica teórica, porém, não necessitam do fundamento do Teorema da Incompletude, pois além de serem apenas teóricos, essencialmente, nem sequer podem ser chamados de “conhecimentos”, mas somente de abstrações produzidas pela imaginação. Entretanto, curiosamente, como os expoentes dessa área se tornam celebridades premiadas, oriundas de organizações consagradas pela racionalidade, como Cambridge, MIT e Caltech, suas fantasias são amplamente difundidas pelos meios de comunicação e também pelas “antenas repetidoras”, todos tirando a sua fatia do grande “bolo comercial”. Infelizmente, isso ocorre também com relação às potencialidades espirituais dos seres humanos, onde foram se formando instituições, desde o ano 325 d.C., equivalentes às grandes redes de supermercados, que exploram sem nenhum pudor, as “ovelhas” mais subnutridas intelectualmente. Essas circunstâncias, em conjunto, fazem emergir vigorosamente, de um lado os idólatras da razão, que impulsionados pelas fantasias improváveis da astrofísica e pelas ladainhas caóticas, baseadas nas fábulas, genealogias e histórias cristãs e no decálogo mosaico suprimido pela Graça, reforçam as suas convicções ateístas, e de outro lado, os “cristãos da boca para fora” que, atordoados pelas disputas entre as denominações teológicas, mergulhados no “leite” (alimento infantil) das mesmas fábulas e genealogias, vão “levando a vida no regime do faz- de- conta”, sem conseguir se aprofundar na substância dessas histórias, cuja substância também é improvável, constituindo um patrimônio pessoal e intransferível daqueles que a alcançaram. Alguém, então, perguntaria: mas, e eu, qual o meu papel, diante de um cenário tão complexo? A resposta é deixar de lado o comodismo, que atribui a outros, como os “profetas profissionais” para uns, e os “astrofísicos” para outros, a tarefa de lhes fornecer as respostas para as questões mais difíceis, que povoam a nossa capacidade de imaginação. O caminho é Mateus 7;7 – Pedi, e vos será dado; buscai, e achareis; batei, e a porta será aberta. Isso requer ação concreta, traduzida em exaustivas pesquisas, em persistência e em disciplina, tudo isso, livre de conotações fanáticas, sectárias ou mesmo preconceituosas. É preciso assumir a responsabilidade pessoal e exercitar a liberdade individual.
Os racionalistas convictos se apresentam como adeptos apenas dos conhecimentos prováveis, mas, aceitam e até ajudam a propagar as simples teorias dos astrofísicos, que sequer podem ser admitidas como “conhecimentos”. Por outro lado, os “cristãos da boca para fora”, ficam encalhados nas fábulas, genealogias e histórias cristãs, e não conseguem penetrar na sua substância, que permanece subjacente, oculta, de forma proposital, sob o simbolismo e o sentido literal das palavras. Eis aí, o cenário que bloqueia o acesso, tanto daqueles como destes, para os conhecimentos que são os mais importantes e que deveriam ser perseguidos até a exaustão por todos eles: os conhecimentos improváveis, mas os espirituais! Surpreso? Então, vamos ampliar a surpresa, pois aqueles que penetrarem nos conhecimentos espirituais serão, progressivamente, introduzidos no caminho da solidão, meio deslocados do mundo material, como que, de certa forma, abduzidos, pois, como disse o Apóstolo Paulo, (I Coríntios 2;14,15) eles não serão compreendidos por ninguém! Para finalizar, os conhecimentos espirituais são também irrefutáveis e aí estaria, supostamente, o Teorema da Incompletude de Kurt Gödel, porém, somente para aqueles que não tiveram acesso aos conhecimentos espirituais, obtidos exclusivamente por concessão, nunca por méritos pessoais. Portanto, o Teorema da Incompletude é uma característica imanente, exclusiva e inescapável da racionalidade, o qual, juntamente com o Princípio da Incerteza de Heisenberg e a compreensão da evolução que, de fato é determinista, mas não caótica, não constituem limitações para a espiritualidade. Glória a Deus!
I João 2;27 – E quanto a vós, a unção que dele recebestes mantém-se em vós e não tendes necessidade de que alguém vos ensine. Mas, a unção que dele vem é verdadeira, não é mentira, e vos ensina a respeito de todas as coisas; permanecei nele assim como ela vos ensinou.
João 15;16 – Não fostes vós que me escolhestes a mim, pelo contrário, eu vos escolhi a vós outros, e vos designei para que vades e deis frutos, e o vosso fruto permaneça; ...