Redes sociais
Será que é preciso ser talentoso em algo para se escrever um livro baseado na experiência própria de vida? Ah a mídia e seus falsos talentos, nos reservando sempre o pior, sempre o mais esdrúxulo, o mais raso e curto, o vazio do nada a dizer, mas sempre com uma dose certa de humor e irreverência. Sim, é preciso ser irreverente, ter aquela postura radical, boêmia, como se estes seres fossem uma espécie superior de figura, para se vender uma pseudo vida farta de experiências e contos fantásticos. Me peguei vasculhando um espaço de mortos vivos virtuais, e me deparei com um promoter narcísico de si, enaltecido e entorpecido com seus próprios feitos, como se sua vida fosse um acontecimento único e primordial ao universo e a natureza dos homens caminhantes desta mãe terra cruel. Fotos, eventos, livros lançados, poesias, mais fotos do show de terça passada, ou do sábado a noite, e um beijinho na futura esposa ou namorada, um aperto forte no filho ou na mãezinha adorada. E assim o espaço do morto se eterniza no virtual. Seria isso uma espécie de imortalidade? O fenômeno das redes sociais é curioso.