Vidas amorfas

Marte transitou por aqui e deixou o seu rastro de luz crepitante - degolou alguns pedaços de vida - como se nada quisesse desejando praticamente tudo. E o advir não poderia deixar de ser o mar de sangue. Algumas campânulas ainda se entreabriram aos mistérios de um céu choroso com as suas águas límpidas. Limpou os olhos de quem as sentiu e assentiu com a cabeça curvada para mais uma decapitação mórbida. Ninguém atentou às diferenças tão iguais. O ser humano caminha para o nada e multiplica-se como um nicho de ovos prontos ao quebrar a sua casca. Um nascedouro de violência paira sem o mínimo de resignação.

Kathmandu
Enviado por Kathmandu em 12/01/2015
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